Onde eu posso melhorar? Me vem essa pergunta na cabeça . E eu vejo uma infinidade de respostas, me resta tentar ou fugir. Em outras PALAVRAS, eu preciso assumir novas responsabilidades e não fugir delas, não mais me trancar no quarto e deixar o torpor do sono me esconder da existência ou sair sem olhar pra trás, fingindo que eu não existo, pois ninguém pode cobrar muito de um ser inexistente.
Mas não há pra onde correr. As responsabilidades me cercam e me pedem uma posição, me cobram atitudes que eu já deveria tomar com naturalidade, mas que me parecem completamente estranhas.
Sinto-me uma criança em um país diferente com pessoas que não se tem a menor familiaridade e quero desesperadamente voltar pra casa, pois não sou quem pensam que eu seja.
Acho que talvez tenha passado mais tempo do que eu percebi enquanto eu dormia. Eu acho que cresci e esqueceram de me avisar, esqueci de comunicar a mim mesma que o tempo estava passando, de tanto fugir esqueci de como é ficar e de tanto temer esqueci de como é crescer.
Posso fechar os olhos, pedir perdão e voltar a fugir de mim mesma ou posso levantar e pedir forças pra andar, disposta a cair e a chorar, decidida a enfrentar o que estar por vir e deixar de lado de uma vez tudo aquilo que eu nunca tive muita chance de ser: CRIANÇA.
Parece uma decisão fácil, mas não é, parece lógico e tranqüilo simplesmente seguir em frente, mas não é. Não pra mim. Parece que quando eu tento sair do torpor a vida me invade com suas grotescas sensações e situações e petições e eu mal consigo lidar com a brutalidade do mundo real. E me sinto fraca e incapaz de sobreviver nesse habitat, pra mim, selvagem. Sinto-me desprotegida ainda, pra ser cobrada e medida, pra lutar e não ser derrotada , pra chorar e não ser despedaçada.
Eu peço a Deus forças, pra conseguir ser aquilo que ele me preparou pra ser , pra atingir a maturidade e pra ser corajosa o suficiente e em seguida fecho os olhos esperando que o amanhã demore pra chegar.
